quarta-feira, 22 de julho de 2009

Colômbia


21 de julho de 2009

Chegar num país estranho sozinha foi uma experiência e tanto. Nos dois primeiros dias, estive com Francis e fui turista. Caminhamos por todo o centro histórico de Cartagena e sobre as muralhas, que ao amanhecer e entardecer têm uma paisagem emocionante. Dois dias mais na casa do CS (que não foi uma boa experiência), encontrei um quarto por 10 mil pesos diários e, vivendo no centro histórico, acabei encontrando dois empregos na mesma noite e pude escolher um bar restauramte, que pagava mais.
O calor em Cartagena alcança facilmente os 38ºC, e eu desejava mesmo trabalhar à noite, porque passava os dias tomando banho (depois do quinto a dona do lugar começava a me olhar feio) e debaixo do ventilador. Eu me sentia no próprio "O Cortiço"; os quartos pequenos e abafados, o cheiro de comida, as mulheres lavando roupa, louça e fofocando. E fui muito bem recebida, sempre me perguntavam sobre o trabalho e me chamavam de filha.
Depois do trabalho, que terminava às 3h ou 4h da manhã de sexta à domingo, eu não conseguia dormir e ia caminhar pelas praças e aproveitar o vento fresco da muralha. Os ratos caminhando livremente pelas ruas, homens esqueléticos dormindo nos bancos da praça ou remexendo as lixeiras. A realidade atroz que à luz do dia não pode aparecer sem alguma fantasia porque os turistas não gostam. Nesse momento eu a via sem máscara, e era monstruosa.
Quem me fazia companhia eram os meninos da infantaria do exército que faziam a guarda da muralha, a quem eu fazia longos interrogatórios sobre a guerrilha, e o guarda noturno da náutica, de quem eu tentava arrancar informações sobre os meios possíveis de viajar de graça.
Num dos meus dias de folga, saí à noite para caminhar e me sentei numa mureta para escutar o Vallenato dos artistas de rua. Uma senhora que vendia flores começou, preocupada, uma conversam me perguntando porque eu estava sozinha e, com muito interesse, acabou escutando toda a história. Seu marido chegou em seguida, e no final da noite já éramos velhos amigos. Esse casal foi a minha conexão com o que seria a parte mais difícil da viagem. Eles vivam do turismo como muitos outros vendedores e músicos.
No dia seguinte um senhor com profundas olheiras e sem dentes batia à minha porta. De nome oficial Jose Guillermo e se apresentando como Huayra, buscava alguém para trabalhar com ele e a idéia de Bossa Nova e samba lhe agradava. Vinha guiado pelo casal que conheci na noite anterior. Eu nunca fui nenhuma especialista no assunto, mas como brasileira, era o melhor que ele podia encontrar por aí.
Eu já estava descontente com o trabalho porque uma vez me pagaram menos do que o prometido, e depois, algumas vezes, tive que voltar pra casa sem trabalhar porque o local era novo e não tinha movimento. Além do mais, eu estava trabalhando somente 3 dias por semana, e isso não cubria os gastos.
Comecei indo com Huayra ao ônibus para recolher as colaborações enquanto ele tocava. Logo encontramos o que tínhamos de comum no repertório: Samba da Bênção, Corcovado e Garota de Ipanema. Aprendi uma cumbia, "El alegre pescador" e uma folclórica argentina, "Carnavalito humauaqueño". Tínhamos mais "Aquarela do Brasil" e "Tico-tico no Fubá" para que eu dançasse. Já era suficiente para tocar nos restaurantes e pedir a colaboração. Eu achava o cúmulo pedir dinheiro por sambar, mas depois que vi as pessoas aplaudindo e as colaborações crescendo, deixei o que pensava de lado.
Depois de ir trabalhar numa sexta e não haver ninguém, deixei o trabalho e descobri que podia fazer mais, muito mais dinheiro com a música que com o restaurante.
Eu já comecei a trabalhar com Huayra sabendo que ele não era exatamente o tipo de pessoa com quem eu prefiro conviver. Capaz de se ajoelhar por um favor recebido e logo em seguida gritar desesperadamente por um pedido não atendido.Em seu exagero, me chamava de "Milagro". E alguns dias mais tarde já me achava a pessoa mais cruél que havia conhecido. O drama em si. Quase eu ao contrário. Minha quase frieza diante da sua hipersensibilidade, minha quase constância diante da sua temperamentalidade. Era óbvio que íamos nos desentender, e não tardou. A primeira vez pelo emprego da palavra "submissão", a segunda por um ciúme ridículo, e, à partir daí, sempre.
Quando cheguei a Cartagena, numa noite com Francis, conheci um espanhol que vinha conhecendo a Colômbia desde o Panamá, e que me deu algumas indicações guiadas pelo que eu buscava. Me falou sobre Capurganá, fronteira. Um povoado pequeno, 1.500 hab., onde só se pode chegar de barco. Eu tinha essa idéia mais ou menos fixa, sujeita às possibilidades. Por casualidade, Huayra tinha quatro filhas nesse lugar. Numa manhã, depois de se arrepender de um contrato em que iam nos pagar, segundo ele, muito pouco, arrancamos pra Capurganá numa decisão tomada em meia hora.
De Cartagena passamos trabalhando por Turbaco, Sincelejo, em Monteria um amigo dele nos contratou para tocar num restaurante, em Apartado, e de Turbo tomamos um barco a Capurganá.
Um pouco decepcionante porque mais turístico do que eu esperava, mas um paraíso de qualque maneira. Conheci suas quatro filhas, sua ex-mulher e o marido. Encantadores. Me trataram mais que bem, e me agradeciam a todo momento por estar com ele e possibilitar a visita.
Em baixa temporada era um pouco difícil manguear, mas mesmo assim nos ia bem porque os poucos turistas eram ricos e contribuíam bem.
No segundo dia conheci um brasileiro que me hospedou por dois dias. Elias talha madeira e tem uma casa linda, coberta de folhas de palmeira, uma mangueira gigante no quintal e a mais absoluta paz.
Depois fomos para um hotel que nos hospedou em troca de uma apresentação por dia. Era num bosque em frente à praia, e as cabanas ficavam no meio, em trilhas de paralelepípedo. Pra mim, o hotel mais bonito do povoado.
Para Capurganá, combinamos que íamos ter meio dia livre: a parte da manhã. Nesse tempo eu ia descobrir as praias, as trilhas. Capurganá tem umas praias muito particulares, de pedras lisas, de corais, e umas trilhas que levam de ponta a ponta do povoado. Um dia resolvi ir pro povoado do lado, Sapzurro, uma hora caminhando em pleno Darién, do qual antes o nome me causava arrepios, tantas são as lendas em torno do lugar. A próxima praia partindo de Sapzurro é La Miel, que já fica depois da fronteira com Panamá.
A fronteira era uma trilha de mais 20 minutos, subindo e descendo um monte, com uma cabana no cume onde ficam um soldado de cada país. Essa fronteira eu atravessei de roupa de banho, canga-bandeira do Brasil nas costas - não por patriotismo mas para me proteger dos mosquitos - e chupando as mangas rosas que cobriam o chão.
No posto da fronteira, uma vista belíssima: Sapzurro ao sul, La miel al norte, a oeste o Darién e a leste, de longe, as Ilhas de San Blás. De longe o sonho de seguir viajem para o norte que deixei pra trás pelas condições desfavoráveis: a gripe, a crise, a grana, o visto, o tempo... a saudade. Uma decepção amenizada pelo prazer da viagem nesses países, que não eram o objetivo inicial, mas que agora tenho claro que são tão importantes a ponto de considerar que estar em cada país, em cada uma de suas pequenas partes, é em si um objetivo alcançado. E ter sonhado tão alto foi a causa de sair de casa e estar vivendo tudo isso. De qualquer maneira, a América do Sul é muito rica para passar correndo por cada país.
Em Capurganá acabamos organizando um concerto com entrada livre, por patrocínios. Conseguimos a grana para o barco a Turbo, 50 mil pesos. Por uma estupidez do meu companheiro, perdemos o barco e seguimos viagem a um município um pouco mais perto de Turbo, Acandí, sede do governo de Capurganá e de alguns outros povoados pela região. Acandí e o primeiro Município da América do Sul por sua localização, está escrito por toda parte. Aí, muito rápido, organizamos um concerto pela prefeitura, na noite do mesmo dia.
Já saímos daí em guerra, e continuamos até o final. Voltamos para Apartado, ao lado de Turbo, e de lá ele me convenceu que podíamos fazer muito dinheiro em Medellin, o que eu não achava, mas o tom de experiente dele me convenceu.
Quando eu constatei que estava certa na minha insegurança, percebi que o motivo da ida a Medellín não passava de uma estrada muito ruim e que causava mal-estar ao meu companheiro. Não conseguíamos a grana para Cartagena, e no segundo dia, depois de vários berros, eu decidi que ia embora e simplesmente me desviei do caminho que ele estava fazendo rumo a uma praça, onde me sentei num banco. Quando me dei conta, ele estava ao meu lado me convencendo a irmos juntos pelo menos até Cartagena. Eu tive pena, aceitei.
A grana a gente não conseguia fazer mesmo, então, eu, na vontade de sair logo dali, paguei a minha passagem e mais da metade da dele para voltarmos até Sincelejo, onde sempre nos ia bem. E foi, mas ele decidiu que devíamos ir a Tolú, povoado pequeno na costa, porque aí sim íamos fazer dinheiro. Esse lugar foi particular: guardamos as mochilas num hotel até decirdirmos o que íamos fazer e fomos até a casa de um amigo dele, nos arredores da cidadezinha, que nos ofereceu hospedagem. Voltando a Tolú no Porsche vermelho do amigo Angel, eis que nos acaba a gasolina e temos que empurrar. Uns quinze minutos empurrando, e aparece um caminhão do exército, de onde saltam três soldados para nos ajudar. Chegando na cidade, fomos pelas mochilas, mas o senhor que tinha a chave do quarto já havia ido embora, e só voltava no dia seguinte. Esse dia eu vi o cúmulo do descontrole de Huayra, que quase atacou um empregado que mal entendia o que estava acontecendo. Depois de tudo isso, o lugar ainda nos foi mal. Voltamos para Sincelejo.
Aí, no segundo dia eu passei muito mal. Outra vez disse que nao íamos mais trabalhar juntos, e não era só eu dizendo que não agüentava mais o ritmo do trabalho, a falta de tempo livre, e principalmente a convivência com ele, era o meu corpo também. Foi a primeira vez que passei mal na viagem. Então ele me prometeu que não ia mandar mais, eu ia decidir tudo. Íamos viver separados e trabalhar somente à noite. Aceitei. Tinha muita pena… havia conhecido as filhas dele e sabia que ele tinha passado alguns dias na rua pouco antes de me conhecer. Aceitei.
Por eu estar mal, decidimos ficar mais uma noite. Foi a gota d’água. Acordei de um pesadelo com ele mexendo nos meus pés, alcoolizado e drogado, gritando, respirando ofegante. Tive medo.
Na manha seguinte, ele me implorava perdão e eu só conseguia dizer: “Você não vai comigo.”
A principal desculpa por estarmos juntos até então era a dívida que ele tinha comigo. Achei que estava pagando um preço muito alto para esperar o pagamento, e toda a minha pena desapareceu. E não era só isso: em estar sempre em hotel, viajar sempre de ônibus e não conseguir conversar com ninguém por muito tempo sem ser interrompida por ele se perdia muito ou quase tudo do sentido da minha viagem, que por algum tempo o prazer de fazer música cobriu. Mas nos últimos dias ele já tocava tudo pela metade, sem avisar, eu entrava na hora errada e ficava um lixo.
Por tudo isso, hoje, um dia depois da independência da Colômbia, eu virei uma página difícil e importante: tomei um moto-táxi até a saída da cidade e peguei uma carona de caminhão à Barranquilla, 5h de viagem, de aí a Santa Marta, mais 1h e de aí a Taganga, 40 min, povoado de pescadores e lugar mais perto da fronteira com a Venezuela em que eu parei.
Pela primeira vez, me permiti ser somente emoção e fazer somente o que tinha vontade: não faz o menor sentido estar aqui depois de mais de um mês na Colômbia, sendo que logo quero estar no Equador e terei que atravesar o país de norte a sul, com pouco tempo e dinheiro.

5 de agosto de 2009

Depois da tempestade, a calmaria. Em Taganga vivi 3 dias na rede, debaixo de um pé de seriguela, que eu disputava com iguanas e pássaros. Conheci um artesão chileno, Marcelo, que me levou a um lugar mais barato em que se podia cozinhar.
Dias perfeitos: cozinhávamos, tomávamos suco natural o dia inteiro, comprávamos peixe fresco na praia. Caminhando entre as rochas e o mar, descobrimos um poço de uns 4 metros, águas transparentes, onde passamos mais de uma hora calados diante da beleza do lugar. Depois de tanto tempo com alguém que eu não me identificava em nada, Marcelo, em poucas horas, me parecia um velho conhecido. Me apresentou a todos os outros artesãos, me chamava pra "rumbear" à noite, nos lamentávamos das saudades, me mostrava fotos. E no meu 4º dia em Taganga, chegou Daniel, peruano. Estudante de sociologia perdido, com pouco dinheiro e muita vontade de ir ao Parque Tayrona. Só o que não tínhamos em comum era a nacionalidade, o que era bom porque podíamos trocar informações. O que nos impedia de ir ao Parque Tayrona era a entrada, que valia 30 mil pesos. Conversando com os artesãos, descobrimos que havia uma maneira de entrar sem pagar: desceríamos do ônibus um pouco depois da entrada principal e seguiríamos por um rio raso em direção ao mar. O Parque Tayrona é um parque nacional protegido, e tem uns 20 km de costa, mas só é vigiado na entrada principal. Depois, há sítios e chácaras particulares.
Fomos a Santa Marta no mercado municipal, compramos comida e tomamos o tal ônibus. Baixamos pelo rio até a praia "Los Naranjos", a última do parque. Deserta. Até aí, uns 20 min caminhando. Caminhamos mais, entramos por uma trilha, 2 praias mais. O Daniel começava a se desesperar com a mochila gigante, a areia fofa e fervendo, a fome e a sede. Eu, depois do pesadelo, estava tranquila... Nem me incomodavam a mochila (que estava leve porque eu havia deixado muita coisa em Cartagena), as comprar caindo, os insetos e todo o resto. Chegamos ao primeiro camping em uns 50 min. Aí havia todo o coco que podíamos consumir e alguma informação. O dono nos emprestou um facão enquanto tentava nos convencer de que o camping que buscávamos não existia e que os guardas iam nos encontrar sem as pulseirinhas de entrada e nos cobrar ou expulsar.
Comemos, bebemos e descobrimos que estávamos na direção certa e seguimos. Uma hora e meia mais e estávamos no camping de Jacobo, 5 mil pesos diários, "cozinha" e "banheiro". Um fogão improvisado numas pedras e uma grelha, e o banheiro era uma construção estranha, circular e sem telhado, dividida ao meio. De um lado, as duchas, com 2 entradas paralelas sem porta, de modo que ficava impossível não ser visto se alguém passasse, e do outro os vasos, também com uma entrada sem portas, e a entrada de cada um coberta com cortinas de plástico furado, que o vento levava facilmente.
Aí fiquei 4 dias. Recebi a proposta de viver aí com Jacobo, que me dava café e coco todos os dias.
Eu e Daniel recorremos todas as praias e encontramos a famosa árvore de manga. Chegamos a passar um dia com coco e manga. Incrível... na mais santa paz, as conversas, o céu estrelado na noite sem luzes, os cavalos correndo livres, o mar azul, os caminhos por entre a mata.
No 4º dia eu tive que sair, já havia ficado um dia a mais que o planejado e tinha medo de gastar muito. O Daniel, que a princípio ia comigo, ficou. Não resistiu ao parque. Ficou a promessa de uma visita no Equador, afinal nos dávamos muito bem. No começo, se alguém fizesse isso, eu ia mudar os planos pra ter companhia, mas agora... passadas tantas coisas... segui, afinal, carona sozinha é mais rápido. Nesse dia caminhei do camping até a entrada sem parar, uma hora, com um ianque e um casal argentino, ela, incrivelmente, tocava violão e conhecia Mônica Salmaso. Daí uma carona de moto me levou até a entrada. Até Santa Marta fui com um senhor muito grande, negro, que cantava salsa e dançava enquanto dirigia. Mais uma carona até Barranquilla e outra a Cartagena. Cheguei em Cartagena cansada, vendi umas roupas, arrumei na mochila tudo o que havia deixado. Essa foi uma das coisas que eu fiz confiando na certeza de Huayra de que íamos voltar logo: deixar minhas roupas de frio e papéis, coisas que não ia usar em Capurganá, porque íamos voltar logo e uma mochila grande ia incomodar muito. Isso me prendeu a Cartagena, pois de Medellín poderia seguir viagem. De qualquer jeito, serviu para me dar coragem e conhecer a região de Santa Marta, que eu quase fiz a besteira de deixar para trás. E em Cartagena, depois de arrumar as coisas, estava tão cansada que fui dormir, na mesma pousada em que havia vivido e deixados as coisas. Não me despedi de Monica e Víctor, a florista e o fotógrafo, e nem de Marcelo, o músico brasileiro, e sinto muito por isso.
De Cartagena, na terceira ou quarta carona, encontrei um senhor que ia para Medellín e me convidou a ir com ele. Era mais de um dia de viagem, demais. Mas aceitei. Me lembrei de quando ia de casa a Rondônia; o mesmo medo. Chovia, eu só conseguia ver as luzes da faixa direita e mais nada. Estávamos subindo a serra. A pista estreita, os outros caminhões, as manobras perigosas. Pelo menos o caminhão estava carregado , e não passava de 20km/h. Paramos à meia noite mais ou menos, dormimos meia hora no banco porque ele estava com muito sono, e eu não servia para conversar porque estava igual ou pior, apesar da ansiedade. Chegamos em Medellin às 6h e eu dormi a manhã toda. Me levantei às 14h e fui buscar uma maneira de sacar dinheiro. Outra vez no mercado Exito, consegui. Pouco, porque não tive muita paciência. E à noite não saí mais que meia hora. Havia uma festa municipal nacionalmente famosa, a "Fiesta de las flores". Mas eu estava tão em outro clima que tudo o que era urbano me causava uma grande repulsa. E fui ao hotel, desfrutar de estar num quarto só meu, assistir enlatado americano e comer porcaria. Me lembrar de Brasil, das minhas tantas vidas aí e dessas coisas estúpidas que, feliz e infelizmente, a gente pode fazer em qualquer lugar.
De Medellin segui de carona até Pasto, parando para dormir em Santander de Quilichao. Aí o caminhoneiro me pagou hospedagem, jantar e uma cerveja. Vários outroa já haviam feito isso, houve até um que me deu uma caixinha de doces de "la Guajira". Segui até Pasto, e dormi aí por uma noite para seguir ao Equador. Aí encontrei um hippie que me convidou à casa dele onde vivia com a mulher e a filha, muito bêbado, e brigaram. Ele me deu muito material para trabalhar, além de um delicioso suco de amora. Pasto tem um vulcão em atividade ao lado, e sua filha tinha o nome do vulcão como segundo nome: Galera.
De Pasto segui de carona até Ipiales, e de aí à outra fronteira. Passaporte selado sem problemas, papéis preenchidos... Sequer revistaram minha mochila, nunca o fazem. Estava no Equador

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