segunda-feira, 4 de maio de 2009

De Porto Velho a Manaus

27 de abril de 2009

A viagem de balsa é bem melhor do que andei lendo. Na verdade, exceto pelo frio que faz à noite, para o qual eu não me preparara adequadamente e pelas 2 últimas redes que colocaram ao meu lado, porque o balanço do barco me faz bater ora em uma, ora em outra, é uma experiência incrível.
O barco tem 3 andares, sendo que embaixo vai a carga, no meio nós com as redes e em cima há uma área de lazer, com bar, que felizmente não vende bebida alcólica. As crianças correm, gritam, choram, riem. Só se dorme quando elas estão dormindo. As mulheres embaixo, fazendo as unhas, fofocando, e os homens em cima, assistindo Juliana Paes no Faustão. Uma alegria só.
Vi um boto-cor-de-rosa pela primeira vez, num dos portos. O cinza é mais comum.
A comida é maravilhosa. As folhinhas de jambú e o tempero regional estão em tudo.
A beleza do céu limpo, sem nenhum resquício de luz, na madrugada, é estonteante. Encontrei constelações que eu só sabia da existência pelos livros.
O banheiro, no primeiro dia estranhei. Deve ter 1 x 1,5, mais ou menos. O chuveiro é dobrável, fica atrás da porta. A água que usamos, exceto para tomar, é a água barrenta do rio. Até aí, tudo bem. Mas ontem vi a cozinheira jogando restos de comida enquanto alguém tomava banho. Espero que o que eu pensei seja uma impossibilidade. Mas isso é realmente preocupante. As pessoas jogam qualquer coisa: latas, carrafas, sacolas...
Conheci Laura, uma argentina que vai fazer parte do caminho comigo, até a Venezuela. Vamos ter que ficar menos do que eu gostaria em Manaus, porque o visto dela vence em 3 dias depois que chegarmos a Manaus. Mas não me parece má idéia ter companhia pras caronas.

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