sexta-feira, 29 de maio de 2009

Em Merida


30 de maio de 2009

Já estou em Merida há mais de 2 semanas. A primeira impressão foi boa, e, apesar do frio, se manteve. Depois de Chichiriviche, parece outro país. É limpa, sempre tem atividades culturais (é cidade universitária), e o que mais me impressionou por ser tão distinto para mim: está sobre os Andes. Me lembro do primeiro dia em que acordei no camping e, saindo da barraca, olhei para as montanhas de trás. Uma delas tinha neve. Depois vim a saber que era o pico Bolívar, o mais alto da Venezuela, com 5.007m.
No segundo dia, depois de descobrir uma maneira de sacar dinheiro (mesmo perdendo muito em juros) e buscando alguém que me fizesse a operação, conheci Pedro numa agência de turismo.
Através dele vieram muitas outras coisas. No meu terceiro dia aqui já estava fazendo um passeio turístico de 200Bs grátis, e na primeira semana fui viver com ele.
Conheci o Páramo, onde há vários lugares turísticos sobre a montanhas. A igreja de pedra, um pico de mais de 4.000m, os últimos 3 sobreviventes de uma espécie de condor, águas termais a mais de 3.000m.
Nas montanhas ainda se utiliza o arado de bois, e se planta principalmente batata e cenoura. Há um engenhoso e simples sistema de irrigação, e o sistema de terraças permite produzir em lugares praticamente verticais. É incrível.
Não me senti mal com a altura, só um pouco cansada. O que me enjoou foi viajar por horas fazendo tantas curvas bruscas. Às vezes o frio me incomoda. Estou vivendo nas montanhas com 2 jeans, uma blusa fina de lã, uma jaqueta e tênis. Mas não posso reclamar muito, porque de dia e no centro, faz calor, e depois, à noite, a casa é quente.
Comecei a trabalhar na mesma agência de turismo onde conheci Pedro, vendendo e ajudando na tradução. Passei vários dias procurando emprego antes de aceitar a trabalhar nela porque tinha medo de ganhar por comissão. Como não consegui nada, comecei, e, logo no segundo dia, fiz uma venda gorda que me rendeu ainda uma viagem a "los Llanos" gratuita. É uma espécie de Pantanal, onde pegam anacondas, caymas (pequenos jacarés) e tartarugas para turista ver e tirar foto.
Já sinto uma vontade louca de voltar ao mar, mas Merida não me incomoda. Além do mais, Pedro vai comigo a Cartagena, e eu o espero arrumar sua vida e juntar dinheiro enquanto ele me apóia a fazer o mesmo. Nos damos bem. Muitas pessoas me disseram que a fronteira é um pouco perigosa por causa dos assaltos. Estou mais tranquila por não ir sozinha.

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